Moleca e Moleque! ♥
Lá pelos meus cinco ou seis anos de idade eu ainda era muito menina-moleque.
Gostava de daqueles carrinhos que abriam as portinhas, tinham volante..., ficavam ali, perto dos isqueiros e cigarros para vender no caixa da padaria. Amava disputar corrida, quem pulava mais alto, quem faria a careta mais feia e coisas do tipo.
Meu irmão ainda era muito pequeno para acompanhar a força bruta dessas brincadeiras por isso, meu amigo de eventuras era meu PAI.
Nessa idade eu ainda não tinha muita noção de que meninas brincavam de boneca e meninos de carrinho e graças à Deus meu pai não ligava para isso. Apenas aceitava todas as minhas brincadeiras. Talvez por isso minha imaginação e criatividade voam longe até os dias de hoje.
Foi numa dessas de imaginar que comecei a brincar de Super-Homem. Pedaço de lençol amarrado nas costas e Cintinha correndo para cá, esmurrando o pobre do irmão de 3 anos prá lá, pulando dos lugares mais altos da casa da avó, fingindo voar.
Sim! Eu era terrível!
Lá estava ele, de braços cruzados vendo a monstrinha destruir e perturbar a paz alheia. Parei a minha correria, olhei para ele e perguntei se ele também queria ser Super-Homem. Ele fez que sim mas ,com aquela voz ditadora impôs algumas condições:
- Pare de esmurrar seu irmão pois ele não é vilão!
- Nada de pular de lugares altos, você pode se machucar!
- E me dê um pedaço desse lençol, porque também vou ser Super-Homem!
Ok! Vou aceitar as imposições!
A cena é linda de se lembrar. Pelo menos eu me lembro assim. Até o anoitecer a gente corria para lá e para cá, rindo e inventando vilões. A gente corria atrás deles e esmurrava o ar como se os tivéssemos alcançado.
Começou a garoar e ficar escuro. O quintal da minha avó era grande e por isso não dava vontade de parar. E não paramos. Até minha mãe ficou brava com meu pai, acredito até hoje que ele não parou porque também estava se divertindo.
Garoa fina, piso frio do quintal e DUAS crianças correndo. Meu pai só parou de brincar porque escorregou, bateu a cabeça na parede e fez dois pontos na orelha.
Nessa hora deve ter acordado e virado pai outra vez! hahaha
Não me lembro de ter chorado ao vê-lo sangrando. A confiança e o fato dele ter dito que não estava doendo me fizeram crer que fazia parte da brincadeira de alguma forma. Até hoje tenho esse dia como uma ótima lembrança. Uma das vezes que meu pai voltou a ser apenas uma criança.
Pai, obrigada por sempre cuidar de mim, por me fazer ser assim tão sentimental e tão amorosa!
Deus, obrigada por escolher um pai aqui na Terra tão singular e bom!
Amo meu papai! ♥
Feliz dia para os Papais de todos que leêm o blog!
Kiss♥
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